Desprezível

Eu não aguento isso, realmente é muito difícil.

 

Por que não tornar as coisas mais fáceis!? O orgulho é desprezível.

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Dia confuso.

Achando algo para fazer em um dia confuso, achei este post que nunca foi publicado.

Sabe quando você se procura e tenta se encontrar no passado? Ouvi muitas histórias como a minha, de mulheres que se perderam nessas adaptações todas. Eu gosto da nova Érica: disposta, organizada, que aprende inglês, malha, limpa a casa... Mas gostava da Érica que tinha tempo para ler o que queria, sem achar que está perdendo tempo, ou sem acharem que ela perde tempo. Tenho saudade do tempo que ouvia as músicas que ouço agora sem achar que são do mal. Como eu me cobro! E isso dói. Literalmente dói. E sinto essa dor agora. A dor do salto de ontem, a dor das costas de sentar errado na cama, a dor de não pensar em mim, pensar nos outros. Ou a dor de não me achar suficiente e buscar recursos para sê-lo.

Ontem pensei que me sentia feliz, aí olhei pro lado e sentia isso sozinha. Que eu era transparente para quem era meu tudo. Aí a felicidade se foi  com a mesma velocidade que veio. Quando a felicidade saiu, apareci! É difícil separar as coisas. Só eu sentia, ou somente senti a solidão porque queria que fosse na mesma hora?

Lanterna e casaco.

Hoje tive um único pensamento de auto-estima: alguns escritores são bons na tristeza, talvez a minha sirva pra isso, pra escrever. Na verdade essa agora é a única forma de expressar um talento (será um talento?) das letras. Estou numa área bem diferente da que estava quando comecei o blog. Isso não me incomoda. O que incomoda é eu me perder dentro desse mundo tão diferente que estou encaixada. É, mas o encaixe não é perfeito, senão eu não me sentiria desconfortável. Aliás, acho que esse (o incômodo) explica quase tudo do que sinto hoje. Sinto-me inadequada. Meu corpo está inadequado para minha vontade e meu padrão de beleza, meu salário está inadequado ao padrão de vida que quero, meus hábitos são inadequados, minha vida está inadequada. Acho que todo mundo já passou por isso um dia. É uma passagem. Sabe quando você vai pra um lugar legal, numa viagem, mas a estrada é estranha, escura, e você fica querendo chegar logo lá? Estou nessa estrada, vagarosamente caminhando. Vagarosamente...

Tenho esperança, otimismo, mas eu tenho sozinha. Não tenho o apoio de quem preciso.

Queria adiantar tudo para chegar logo lá... e se eu chegar lá e tiver outro lá para esperar? Por isso é melhor eu viver o hoje, tentar achar uma luz na estrada escura, me aquecer na rua fria, e achar companhia, mas uma companhia com uma lanterna e um casaco. Será que ele tem isso?